28 de abril de 2008

Caso Gabriella... Manuella... Isabella... O que seja!

Confesso que já estou exausto de tanto que se fala deste caso. Minha torcida é que o casal seja culpado logo, assim termina essa história de uma vez por todas. A história todos nós já sabemos. Sabemos também que a mídia fez o favor de transformar esse crime num espetáculo de bilheteria. Uma menina sapeca e sorridente foi brutalmente assassinada - provavelmente pelo pai e a madrasta, pelo menos é o que aponta todas as evidencias. Como não sou Deus, prefiro ficar sem dar o meu parecer. Não tenho esse poder de julgar. Mas confesso que estou exausto, exausto desse sensacionalismo televisivo. Pra ser sincero, hoje não estou interessado que a justiça seja feita, mas que inventem um culpado só pra acabar com esse porre logo. Coitada da Isabella! Ela não tem culpa dessa minha exaustão. Teve foi azar de cair na mão da mídia. Antigamente dizia ser o sexo “coisa do capeta”, hoje “coisa do capeta” é a televisão, ouvi um pastor chamando-a da “bunda do diabo” e segundo ele “o objetivo dela é fazer coco em cima da gente”. Nem duvido que possa ser esse o meio que o Anticristo utilizará para alcançar os seus objetivos de tão forte é o poder de influenciar da mídia. Agora se ela é ou não a “bunda do diabo” cada um tem a sua bunda, digo opinião.
Só pelo prazer de especular, a mídia não é a “bunda do diabo”, ela já é o “Anticristo”. Sendo assim, seria um descaso afirmar que o Anticristo trata-se somente de uma pessoa. Por detrás das cortinas encontraremos todo um grupo, claro que a mídia escolherá um ‘rosto bonito’ pra ficar diante das câmeras, só pra servir de âncora e nada mais. Aproveitando essa questão apocalíptica, lhes passarei uma visão que acabei de receber sobre o futuro. Nessa visão eu vejo uma capa de revista, uma revista muito conhecida do publico masculino. A mãe da Isabella que está na capa. Consigo até ver o slogan “Veja o que o pai da Isabella viu e não jogou pela janela”. Mas se parar pra pensar é isso que realmente acontece. A mídia sabe que transformar um crime num espetáculo dá lucro. É triste o que aconteceu com essa pobre menininha. Sem dúvida! Estamos revoltados! Mas, já devíamos estar revoltado muito antes. É só verificar as ocorrências policias que descobriremos muitos casos parecidos.
Vi um tópico em uma comunidade no Orkut sobre o caso Isabella. O cidadão que criou o tópico perguntou: O QUE EXPLICAR NO CASO ISABELLA?
Colocarei para vocês a resposta que melhor refletiu a minha alma. O rapaz não respondeu, mas deixou outras perguntas no ar.

Como explicar o trabalho escravo infantil no nordeste?
Como explicar o infanticídio no Sudão e outras regiões africanas?
Como explicar as mortes de crianças no Iraque?
Como explicar as milhares de crianças que não tem acesso a saúde pública?
Como explicar o abondono de crianças?
Como explicar a vida sub-humana que levam as crianças paupérrimas da Indonésia.
Como explicar a "desova" de fetos?
Como explicar a situação de crianças que ao invés de estarem nas escolas, estão nos faróis da vida?
Abraços.

25 de abril de 2008

Vocação

Continuando o papo passado. Ainda nesta idéia de que a obrigação e a diversão andam juntas, nada daquela coisa de “primeiro a obrigação e depois a diversão”, quero escrever um pouquinho sobre vocação. Vocação vem do latim, ‘vocare’, que quer dizer “chamar”. É um chamado que vem de dentro da gente que nos mostra a existência de algo belo nesse mundo para o qual desejamos entregar ardentemente a nossa vida.

Como já disse, trabalho precisa estar acompanhado de prazer, qualquer tipo de trabalho, inclusive o religioso. Ao meu ver, Deus chama para o trabalho religioso aqueles que de antemão tem essa vocação, como é o caso de Aliocha em “Os irmãos Karamázovi”, um jovem que desde cedo tinha uma certa tendência à religiosidade.

A vida é muito curta. Não devíamos então desperdiçá-la. Aquelas pessoas que encaram o trabalho com sofrimento é que na verdade o seu amor não está ali. Não é admirar que muitos colocam sua esperança numa aposentadoria. Aposentadoria rima com escatologia. Viver a crença de uma felicidade futura já que no presente a vida é uma amargura. Deixando as rimas um pouco de lado. Felicidade não está no destino, ela começa muito antes, na estrada que escolhemos prosseguir.

O povo de Israel só soube murmurar e quem sabe a história, sabe que não entraram na Terra Prometida. Deus não deixaria entrar no paraíso pessoas que não são gratas. Pessoas que murmuram com o ‘maná’, cedo ou mais tarde murmurarão com o ‘leite e mel’. O deserto transformou-se num lugar terrível por causa dos próprios israelitas (o que era para ser 40 dias virou 40 anos). A mesma coisa pode-se falar de nós, a vida é um fardo por que queremos que seja um fardo. O deserto pode virar um oásis, mas para acontecer essa magia primeiramente precisa nascer um oásis dentro de nós.

Precisamos seguir o caminho que amamos. Quando o assunto é a profissão, decida seguir a que sente aquela inclinação. E tudo que fizer faça em memória de Jesus. E quando fazemos aquilo que gostamos estamos disposto até morrer e nem pensamos em aposentadoria. Trabalho tem que ter amor. Deus ama aquilo que é feito com amor, pois Ele é amor.

23 de abril de 2008

O que agrada o coração de Deus?

O que tem de gente doente nesse mundo não é brincadeira. Estou falando isso porque estou indignado com uma conversa que tive recentemente. É cada coisa que escutamos que é revoltante. Ainda não saiu da minha cabeça as palavras de uma conhecida minha, “primeiro a obrigação e depois a diversão”, por isso esforço em colocar no papel para aliviar um pouco essa indignação.

Fico indignado por esses falsos ensinamentos que nos impedem de viver a vida intensamente. Ensinamentos que transformam a vida num imenso fardo pesado. Onde cai por terra ensinamentos como aquele que Jesus pregava “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância (Jo 10.10)”.
Quem foi que ensinou que a obrigação não pode andar lado a lado com a diversão? Teve um tempo que pensei tratar de uma pessoa muito triste. Triste e invejosa. Sabe aquela ‘papo’, “se eu não sou feliz ninguém mais pode”, pois é, esse. Mas hoje penso diferente. Pra mim esse lema foi criado por uma sociedade materialista. Uma sociedade onde o mais importante é ‘ter’ do que ‘ser’. Quer dizer, a frase não foi criada por uma sociedade propriamente dita, mas por indivíduos. Sempre foi assim, aquele que tem o poder dita as regras e outros nada podem fazer além de balançar a cabeça em sinal de aprovação. Então, se quero alguém pra culpar por essa indignação hoje eu culpo os materialistas. Materialista são aquelas pessoas que negam a alma, tratam o ser humano como um ser biológico e nada mais. O que difere o homem do restante dos animais e que ele progrediu, somente isso. A concepção materialista do mundo está fundada essencialmente no progresso cientifico. Sendo assim dão uma importância maior ao que o homem faz e não pelo que ele é. Homem bom é homem produtivo. É nessa brincadeira que o homem deixa de ser homem para transformar em máquina (um meio de produção) e como bem sabemos máquina não se diverte, máquina só trabalha. Ela sabe para que foi programada: Primeiro o trabalho, depois o reparo... “primeiro a obrigação e depois a diversão”.

O que foi mais revoltante é que ela (essa conhecida) colocou o nome de Jesus no meio da conversa, “faço isso por Jesus” – explicando que mesmo sofrendo fazia aquela escolha por Ele. Assim viveria uma vida inteira de sacrifício e nenhum pouco de prazer. Essa seria sua oferenda a Deus (- Está muito mais para uma oferta de tolo!). Agora não sei onde ela aprendeu isto, com Cristo que não foi, ele era contra essa filosofia, “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes (Mt 12.7).”. Misericórdia em hebraico significa ter entranhas de mãe e sentir em profundidade, lá dentro do coração. Há se soubesse o significado dessas palavras! Viver não seria um fardo pesado, seria tão leve que não atrapalharia o vôo.

”Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11.29-30)”. Jesus Cristo.
Onde estou querendo chegar? Explicarei. Quando penso em presentear alguém, penso em dar algo que lhe agrade, se sei que ele (a) não gosta ‘disso ou daquilo’ não darei (a não ser que eu não goste da pessoa, mas ai é outra história). A minha escolha no presente está baseada no conhecimento que tenho da pessoa. Podemos afirmar que o presente descreve um pouco do caráter do presenteado, ou pelo menos a forma como o vemos. O que se pode falar de um Deus que goste de receber ‘sacrifício’? Ou que não goste de ver suas criaturas felizes? Que quem adoramos não é um deus e sim um demônio, um ser sádico que fica feliz com o nosso sofrimento. Mas essa não é verdade divina, ao contrário, Ele sofre quando sofremos e dá altas risadas quando rimos.

Deus recebe diariamente muitos presentes que não lhe agrada, o destino de todos é a lata de lixo. A teologia chama esse lugar de inferno: O lugar onde se joga o que é indesejado.
Deus não vê o homem como uma máquina. Jesus não morreu por causa de robôs. Deus criou o homem à sua imagem, conforme a sua semelhança (Gn 1.26). Deus criou o homem para participar de sua felicidade, por isso a maior satisfação do Criador é ver suas criaturas felizes. O que agrada ao coração de Deus é isso, presentes de felicidade.

8 de abril de 2008

Posso...

Posso escrever os versos mais tristes esta noite
pois é a única coisa que minha alma está a fim de refletir.
Nem venha com aquele papo de pensamento positivo!
Deixa-me em minha tristeza...
A única coisa que posso dizer ser minha.

Não adianta falar das estrelas
(pois foram afugentadas por mim)
Não adianta falar da lua
(cobri-a com nuvens)
Beleza é o que menos preciso nessa hora.

Poderia escrever os versos mais tristes esta noite
Mas tudo que quero é o silêncio... somente o silêncio
Justamente eu que me identifico com a chuva.

1 de abril de 2008

Pequeno discurso sobre a verdade.

Uma coisa é certa, todos nós queremos possuir a verdade. E a melhor explicação desse fato está nas palavras de Jesus, “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32)”. A humanidade durante todo a sua história desejou encontrar a chave-resposta de sua existência. Ansiou exaustivamente, e ainda anseia, conhecer a verdade para libertar sua alma cativa. Essa tem sido a maior busca da humanidade, que é conhecer o verdadeiro. E ela sabe que só há a liberdade onde reina a verdade. “Sereis livres quando conheceres a verdade”, parafraseando as palavras de Jesus.

Nessa busca pela verdade surgi em cena os filósofos e teólogos, que nada mais são que os ‘Indiana Jones’. Abrindo parênteses pra se fazer uma graça. Indiana Jones em... “Caçadores da verdade perdida” - Em breve nos melhores cinemas perto de você. Fecha parênteses. O problema das filosofias em geral é que cada uma se propõe como a possuidora da verdade, assim sendo se a verdade mora comigo não poderá estar contigo. Ao meu ver essa brincadeira toda só acontece por causa da nossa ambição de nos tornarmos heróis, ganharmos a fama de libertador. Com isso essa tão sonhada ‘busca pela verdade’ acaba se transformando numa ‘luta pela verdade’ e aí vale de tudo, inclusive tirar a liberdade. Agora você sabe porque é tão difícil encontrar a verdade hoje em dia. É muita concorrência!

Surgi uma pergunta: Onde está a verdade nisso tudo? A verdade está que, para esses homens possuírem a verdade é preciso que a engaiole. E para engaiolar a verdade é necessário engaiolar a liberdade e o pensamento. Um pouco controverso? É eu sei. Mas é isso que realmente acontece. Lutamos para conseguir a liberdade e o que conseguimos é nos embolar ainda mais nas amarras, igual aquele animalzinho que desesperadamente tenta soltar-se do novelo de lã.

”Deus dá a nostalgia pelo vôo. As religiões constroem gaiolas. Quando o vôo se transforma em gaiolas, isso é idolatria.” Rubem Alves.

A verdade está nisso: No vôo.
O vôo nada mais é que o resultado da liberdade.
Pássaro engaiolado não pode voar.
Podemos fazer uma avaliação se o que seguimos repousa a verdade do seguinte modo. Repare ao bater de asas se conseguirá sair do chão.

Concordo com Nietzsche que, a verdade que conhecemos não poderia ser chamada de Verdade (com letra maiúscula mesmo) por tratar sempre de uma compreensão parcial (não completa), uma metáfora (semelhante ou reflexo da coisa) ou metonímia (outra palavra para a coisa), ou seja, o conhecimento que o homem tem da verdade nunca será a Verdade propriamente dita, mas sim um reflexo daquilo que realmente seja a verdade.Teve um tempo que observava a filosofia como parte da teologia, num outro a teologia que fazia parte da filosofia. Hoje, a melhor maneira de observa essas duas seria como irmãs. Diria irmãs siamesas, uma dependente da outra. Quem sabe também almas gêmeas, uma completando a outra. Voltando a ilustração do vôo, pois acho que a chave da verdade ali se encontra. A primeira pergunta que deveríamos fazer quando pensamos em nossas asas é, “quem as colocou?” ou “quem disse que as asas servem para voar?”. Es a questão: Não encontraremos o sentido da vida na própria vida, pois a vida é uma verdade mais não a Verdade. Para encontrarmos o sentido precisamos buscar quem a criou. Deus é o inicio de tudo, assim afirma a teologia e é o que acredito.

O conhecimento que o homem tem de Deus será sempre uma compreensão humana (o que a teologia chama de antropomorfismo), logo imperfeito. A religião surge dentro desta imperfeição. Cada uma tentando engarrafar Deus e vender com os seus rótulos: “A única”, “A que sobe redondo (- Pois descer é coisa do capeta!)” e etc. Mas o que elas não sabem é que Deus não se deixa prender em garrafas de vidro. Deus é como um cavalo selvagem. Daqueles que não pode ser domesticado. Esse é o problema da religião, na tentativa de prender Deus acabam capturando deus e para isso tem um mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim.” (ÊX 20:3). Isso porque a religião fala muito mais da forma humana que da forma de Deus. Conseqüentemente, os dogmas não são verdades de Deus, embora lhe atribuímos tal valor. Por mais que nós conheçamos a Jesus, jamais poderemos exprimir absolutamente essa verdade nas coisas que criamos (dogmas, estruturas, instituições). O conselho que dou para os teólogos não é meu e sim de Rubem Alves: “Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar... Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar o nosso corpo. Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne”.

Em João 18.38 Pilatos pergunta pra Jesus “O que é a verdade?”, mas ele não responde. Acredito porque Jesus sabia que dar forma verbal à verdade, criando uma filosofia ou ideologia, seria o mesmo que matar a própria verdade. Diria tudo, menos “a verdade”. Agora, no mesmo livro em alguns capitulo atrás (14), Ele se apresenta como a Verdade, a Verdade de Deus, a Verdade Encarnada. Posso concluir que para Jesus, a verdade não se conhece (cognitivamente), nem se representa ou se expressa (dogmaticamente), mas se experimenta, se vive e pronto.

Ecoa ainda em minha cabeça as palavras de Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32)”. Corremos para religião para alcançar a liberdade, mas o que conseguimos são algemas, isso por que a religião e os seus dogmas se apresentam como sendo a verdade. E a igreja erra quando ao invés de conduzir o homem no caminho da verdade, o afasta.