21 de julho de 2008

Santa Romaria.

Lembro que fazia 6 meses que nenhuma gota d’água caia na terra do Norte de Minas. Morava numa região rural. Num daqueles dias conversando com um agricultor, ele me revelou o seu desespero diante da seca, estava perdendo muita coisa em sua horta. Na televisão pude ver com maior proporção o que estava acontecendo por ali.
Já notou que quando o desespero toma conta da alma humana o normal é projetarmos nossa esperança além? Foi o que vi ao longe de uma estrada de barro. Um grupo de senhoras munidas com jarros d’água e em suas rezas uma invocação à santa padroeira para lhe darem a chuva, enquanto isso, na roça, seus maridos tentava salvar o que se podia. Confesso que me compadeci de seus olhares esperançosos e com o meu espírito participei daquela romaria. Não é que no dia seguinte choveu naquela região! Fiquei tão feliz. Tanto que compartilhei com alguns conhecidos. Fui motivo de piada. Isso por que falei de um Deus que faz milagre e deixa um santo receber o crédito. Tentei explicar a Graça para esse grupo de crentes, que ela é um favor imerecido e por ser imerecido ninguém a merecia – nem os da igreja e nem os ímpios – . Mas Papai por Sua infinita misericórdia permitiu que ela caísse tanto sobre os homens justos quanto para os injustos. Ele faz o Seu sol se levantar sobre maus e bons assim como permiti Sua chuva cair para qualquer tipo de gente. Conclui a conversa deixando uma pergunta no ar: Será que Papai não leva em consideração o tempo da ignorância? Tive que concluir, pois uma amiga para salvar seu amigo herege desconversou e mudou de assunto.

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